João Pignataro Pereira ?La mia Calabria ….dal Brasile?
Il mio nonno materno, Agostino Angelo Pignataro, nato nel 1871, emigrò dall’Italia, più precisamente da Vacarizzo Albanese, all’epoca Comune di Rossano (Calabria), sulla costa jonica, all’età di diciannove anni, venne solo in Brasile, lasciando la madre vedova, Mariantonia, che avrebbe sposato un italiano di cognome Candreva, e una sorella, Veronica.
Agostino Angelo, dopo una breve permanenza nelle piantagioni di caffè di San Carlos do Pinhal (SP), venne a Minas Gerais, intorno al 1891, per lavorare come dipendente della “The Ouro Preto Gold Mines of Brazil Limited” , azienda di capitale britannico, in Passagem de Mariana, considerata, in quel momento, la più importante società di estrazione dell’oro in Brasile, non solo per la produzione, ma principalmente per la tecnologia mineraria sotterranea, introdotta dagli inglesi, che a sua volta richiedeva manodopera più qualificata, che si trovava nei flussi di immigrazione europei, soprattutto italiani, tedeschi e spagnoli.
In Compagnia da Passagem, all’esaurimento della miniera d’oro nel 1950, era una culla di professionisti eccellenti (meccanici, fabbri, falegnami, ecc.) per molte aziende negli stati di Minas Gerais e San Paolo, allora in fase di rapida industrializzazione. Molte di queste famiglie discendenti da immigrati, in Passagem de Mariana, andarono alla ricerca di nuove opportunitá. E per quello che so, tutti vinsero la loro sfida.
La mia nonna materna, Marieta Pignataro, nata nel 1878, Maria Fortunata Santoro Scarpelli, venne dall’Italia a quattordici anni, proveniente da Celico província di Cosenza (Calabria), sulla costa Mediterranea, accompagnata dalla madre vedova, Cecilia, e tre sorelle, Carmella, Rosa, Concetta e due fratelli, Carmine e Antonio. Si stabilirono in Passagem de Mariana, portati dal fratello Carmine che aveva già un avviato commercio nella colonia italiana. Ed è stato allora che i miei nonni si conobbero. Si sposarono in Passagem de Mariana, nell’agosto 1899, e decisero di stabilirsi a Ouro Preto, 6 km distante, con un piccolo negozio nel quartiere Antônio Dias.
Mio nonno, figura affabile ed elegante, si scoprì buon commerciante, instancabile nel compiere il dovere e nella cura dei clienti. La sua attività in Ouro Preto venne conosciuta come la bottega del “Sô Angelo Pignataro”. Hanno avuto undici bambini e prosperarono, anche se non potevano essere considerati ricchi, vivendo sempre di casa propria, di buona qualità, con abbondanza e gioia. Mia madre diceva che, in gioventù, era affascinata dalle serate musicali organizzate dai fratelli in casa. Ciascuno con Il proprio strumento, lei stessa suonava Il pianoforte e dipingeva molto bene.
In quel tempo, emigrò dall’Italia, anche un fratellastro di mio nonno, Francisco Candreva, che si stabilí in Congonhas do Campos (Minas Gerais) le cui famiglie hanno avuto sempre buoni rapporti.
I miei nonni poterono quindi preparare i figli ad integrarsi nella classe sociale più colta, dal momento che, loro stessi hanno avuto poche opportunità di avere un’educazione scolare in Italia.
Degli undici figli, due si laurearono in ingegneria (Francisco e Agostinho), due divennero medici (José e Antonio), uno farmacista (Helio), quattro commercianti (Miguel, Martinelli, Vitorino e Pedro), due maestre (Anita, ancora viva ha raggiunto l’età ragguardevole di novantotto anni, e Antonieta Pignataro Pereira, mia madre, giá deceduta).
I contatti dei miei nonni e zii con i loro parenti rimasti in Italia, frattanto, per oltre un secolo, non sono mai venuti meno. Anche se con il passare del tempo in veritá si sono un po’ affievoliti.
Nel marzo 2002 ho avuto l’opportunità di visitare questi due posti in Italia, Celico e Vacarizzo, dove ho trovato riferimenti dei miei nonni, il loro registro di nascita, le case in cui presumibilmente vivevano e lontani parenti, che conoscevano la storia dell’emigrazione in Brasile. É stato un tuffo nelle mie radici con alto contenuto emotivo. Mi sono sentito più vicino a tutti i miei parenti di qua e di lá. In breve, una storia di famiglia, come molte altre, è vero, ma in cui sono stato testimone di atti di dedizione, altruismo, coraggio e calore umano.
Giovanni Pignataro Pereira – nato a Passagem de Mariana, 1946, laureato in Ingegneria metallurgica nella Scuola di Minas de Ouro Preto (1970). Master in International Public Policy alla SAIS, The Johns Hopkins University, Washington DC, USA (1979) . Vive a Brasilia dal 1972, avendo lavorato in CONSIDER e SIDERBRAS, all’epoca enti del governo brasiliano, con indirizzo nell’industria siderurgica. Per 5 anni, è stato professore e direttore del Corso di Relazioni Internazionali presso l’Università Cattolica di Brasilia e attualmente lavora al Ministero dello Sviluppo, Industria e Commercio Estero-MDIC, nelle questioni relative al settore siderurgico e medio-ambiente
[Questa testimonianza, per la maggior parte, si basa sul Cap VI- “Le Radici di Lá”, libro di mio fratello, Ing. Márcio Antônio, “Paesaggi di Passagem”, 1998]
João Pignataro Pereira “La Mia Calábria ….dal Brasile”
Meu avô materno, Agostino Angelo Pignataro, nascido em 1871, emigrou da Itália, mais precisamente, de Vacarizzo Albanese, na época, Município de Rosano, Calábria, costa jônica, quando completou dezenove anos.Veio sozinho para o Brasil, lá deixando a mãe viúva, Mariantonia, que viria a se casar com um italiano de sobrenome Candreva, e uma irmã, Verônica.
Agostino Angelo, depois de uma curta temporada nos cafezais de São Carlos do Pinhal (SP), veio para Minas Gerais, por volta de 1891, trabalhar como empregado da The Ouro Preto Gold Mines of Brazil,Limited, de capitais ingleses, em Passagem de Mariana, considerada a mais importante empresa de mineração de ouro no Brasil de então, não só pela produção, mas principalmente pela tecnologia de mineração subterrânea, trazida pelos ingleses , que por sua vez, demandava mão de obra mais qualificada, encontrada nas correntes de imigração européia, principalmente, italiana, alemã e espanhola
A Companhia da Passagem , quando do esgotamento da mina de ouro, a partir dos anos 1950, foi celeiro de excelentes profissionais (mecânicos, fundidores, marceneiros, etc.) para muitas empresas dos Estados de Minas e São Paulo, então em acelerado processo de industrialização. Muitas dessas famílias descendentes de imigrantes, em Passagem de Mariana, partiram em busca de novas oportunidades.E, pelo que sei, todas venceram.
Minha avó materna, Marieta Pignataro, nascida em 1878, Maria Fortunata Santoro Scarpelli, veio da Itália com quatorze anos, proveniente de Célico, Cosenza, Calábria, costa mediterrânea, acompanhada da mãe viúva, Cecília, três irmãs, Carmella, Rosa, Conchetta e dois irmãos, Cármine e Antonio. Estabeleceram-se, também, em Passagem de Mariana, trazidos pelo irmão Cármine, que foi buscá-los, na Itália, uma vez que tinha vindo primeiro para o Brasil e consolidara um comércio junto à colônia italiana da Passagem. Foi assim que minha avó veio a conhecer meu avô. Casaram-se em Passagem de Mariana, em agosto de 1899, e decidiram estabelecer-se em Ouro Preto, a 6 km dali, com um pequeno comércio, no bairro do Antônio Dias.
Meu avô, figura afável e respeitável, revelou-se bom comerciante. Honesto, cumpridor do dever e infatigável no atendimento de seus fregueses, seu estabelecimento ficou conhecido em Ouro Preto como o “Armazém do Sô Ângelo”. Prosperaram. Tiveram 11 filhos. E, embora não pudessem ser considerados ricos, sempre viveram em casa própria, de boa qualidade, com fartura e alegria. Minha mãe contava que, em sua adolescência, se encantava com os saraus musicais, organizados pelos irmãos em casa. Cada um em seu instrumento.Ela mesma tocava piano e pintava muito bem.
Emigrou-se, também, da Itália, por esse tempo, um meio-irmão de meu avô, Francisco Candreva, que se fixou em Congonhas do Campo, Minas Gerais e cujas famílias sempre mantiveram amizade.
Meus avós puderam, assim, preparar os filhos para integrarem uma classe social mais culta, já que, eles mesmos, pouca oportunidade tiveram de educação escolar, na Itália.
Dos 11 filhos, dois se formaram engenheiros (Francisco e Agostinho), dois médicos (José e Antônio), um farmacêutico (Hélio), quatro comerciantes (Miguel, Martinelli, Vitorino e Pedro), duas normalistas (Anita- ainda viva, hoje com 98 anos, e Antonieta Pignataro Pereira- minha mãe, já falecida).
Os contatos de meus avós e tios com seus consanguíneos que permaneceram na Itália nunca cessaram neste período de mais de um século. Foram, é verdade, tornando-se mais escassos e tênues , com o passar do tempo.
Em março de 2002, tive a oportunidade de conhecer estes dois lugares na Itália, Célico e Vacarizzo, onde encontrei referências desses meus avós. Seus registros de nascimento. Casas em que presumivelmente viveram. Parentes distantes, que conheciam a história da emigração para o Brasil. Foi um mergulho em minhas raízes, de grande conteúdo emocional. Senti-me mais próximo de todos meus parentes, daqui e de lá.Em suma, uma história de família, igual a muitas outras, é verdade, mas onde testemunhei gestos de dedicação, desprendimento, coragem e calor humano.
João Pignataro Pereira- Nascido em Passagem de Mariana, 1946, formou-se em Engenharia Metalúrgica pela Escola de Minas de Ouro Preto (1970).Mestrado em International Public Policy pela SAIS, The Johns Hopkins University, Washington-DC, EUA(1979).Mora em Brasília desde 1972, tendo trabalhado no CONSIDER e SIDERBRAS, então,entidades de governo brasileiro, voltadas à industria siderúrgica.Por 5 anos, foi professor e diretor do Curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília e, atualmente, trabalha no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior-MDIC, em assuntos relacionados à indústria siderúrgica e meio ambiente.
[Este depoimento, em sua maior parte, baseia-se no Cap VI –As Raízes de Lá , do livro de meu irmão, Eng. Márcio Antônio, “Paisagens da Passagem”,1998]